CUIDADO COM QUEM FECHA A JANELA PARA NOS FALAR DA PAISAGEM. ATO II
Galeria dotArt Belo Horizonte, 2023.
A mostra reflete sobre o lugar social que cada um de nós ocupamos, espelhando uma jornada profunda e necessária para compreendermos nosso papel no mundo e as condições históricas e estruturais que moldaram nossas relações com os espaços, as presenças e os movimentos ao nosso redor. É um exercício de consciência coletiva que nos permite investigar as raízes de nossa existência, nossas matrizes e nos coloca diante das temporalidades do agora, do passado, do futuro e suas inscrições.
As pinturas, aqui, se colocam no limite daquilo que pode ser compreendido pela imagem e as coisas que surgem como pistas para as narrativas, que se endereçam às diferentes vivências na articulação entre os repertórios, subjetividades e os saberes, e assim, são catalisadoras para se pensar ampliadamente as leituras sobre arte, território e identidade implicadas aos atravessamentos nos trânsitos e deslocamentos diários.
Se a figuração percebe, na fabulação, a possibilidade política de sonhar, reimaginar e reconstruir mundos, Bruno Lyfe então vai dando esses contornos a partir dos gestos e das materialidades na pintura. Esboços e composições visuais que retratam na contemporaneidade as memórias dos aprendizados ancestrais, de quem veio antes, que porosamente endossam o olhar para a dimensão dos dias, no trabalho, no lazer e nas outras delicadezas e diminutas da vida. A leitura do artista evoca poder às crianças, dá luz e contraste às cenas, remonta as arquiteturas e suas conformações estéticas, nos deixando por perto dos ritmos da vida, dos elementos e das corporeidades.
Os assuntos então, seguem sua travessia entre territórios, histórias, os costumes e comportamentos que encontram seus espaços nas lajes, ruas, quintais, avizinhamentos, e aqui na exposição, se assentam, acolhidos pelas telas e na polissemia de sentidos que se estabelecem nessa troca com outros lugares e com seus interlocutores, que podem contar junto, de janelas abertas, sobre quem somos, de onde viemos e como chegamos até aqui.
Jean Carlos Azuos
BE CAREFUL WITH WHO CLOSES THE WINDOWS
TO TELL US ABOUT THE LANDSCAPE
ACT II
The exhibition reflects on the social place that each of us occupy, reflecting a deep and necessary journey to makes us understand our role in the world and the historical and structural conditions that have shaped our relations with the spaces, presences and movements around us. It is an exercise of collective consciousness that allows us to investigate the roots of our existence, our matrices and puts us before the temporalities of the now, the past, the future and their inscriptions.
The paintings, here, are placed at the limit of what can be understood through the image and the things that arise as clues to the narratives, which are addressed to the different livings in the articulation between the repertories, subjectivities and thus, they are catalysts to think widely on the readings about art, territory and identity that are implicated to the crossings in the transits and daily displacements.
If figuration perceives the political possibility of dreaming, reimagining and reconstructing worlds in fabulation, Bruno Lyfe then shapes these contours from the gestures and materialities in painting. Sketches and visual compositions that portray, in contemporaneity, the memories of ancestral learnings, of those who came before and endorse the look at the dimension of days, work, leisure and other softness and tininess of life.
The artist’s reading evokes power to the children, gives light and contrast to the scenes, traces the architectures and their aesthetic conformations, leaving us close to the rhythms of life, elements and corporeity. The subjects then, follow their crossing among territories, stories, customs and behaviors that find their spaces in the slabs, streets, yards, neighborhoods, and here, in the exhibition, they are shaped, welcomed by the screens and the polysemy of senses that are established in this exchange with other places and their interlocutors, who can count together, with open windows, about who we are, where we came from and how we got here.
Jean Carlos Azuos
VISTA 1
Vista 2
VISTA 3
Obra 1
Obra 2
Obra 3
Obra 4
Obra 5
Bruno Lyfe 
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